Mais uma vez, o trabalho de Manuel Caldas merece ser celebrado pela sua incansável dedicação ao restauro (literal) da arte de grandes autores de banda desenhada e (mais metafórico) da memória dessas mesmas obras nos nossos dias. Este post curto servirá apenas para alertar da edição d'O Caminho do Oriente, uma série que foi publicada na revista portuguesa de banda desenhada O Mosquito, um dos títulos mais importantes e de sucesso num tempo áureo, em termos comerciais, na sua primeira série. Surge agora em formato livro, em capa brochada, completa, ainda que num formato menor do que o original, dificultando para alguns leitores míopes (wink, wink) a sua leitura mais fluida. Mais, há aqui uma recepção muito pessoal, dado o trabalho em curso em torno da adaptação de Os Lusíadas para banda desenhada sob a minha responsabilidade. (Mais)
18 de março de 2024
O Caminho do Oriente. Raul Correia e Edeardo Teixeira Coelho (Libri Impressi)
Publicada por Pedro Moura à(s) 6:55 da tarde 0 comentários
8 de março de 2024
Fernando Pessoa para todas as Pessoas - "MENSAGEM"
Publicada por Pedro Moura à(s) 9:16 da manhã 0 comentários
5 de março de 2024
Sunny, vols 1 e 2. Taiyo Matsumoto (Devir)
Há um livro bastante influente, da área das Ciências Sociais da Ciência e Tecnologia, de Sherry Turkle, que cunhou uma expressão, ou melhor, um descritivo de um determinado tipo de obectos, a que ela chamou “evocativos”. São estes objectos a que uma pessoa, de um modo quase singular, muito pessoal, mas perfeitamente familiar para quase todos nós, atribui uma tal significância cultural que espoletará respostas emocionais, de memórias ou reflexões particularmente fortes. Um papel, foto, bilhete, cartão que temos sempre na carteira, uma concha ou bugiganga qualquer que temos sempre connosco, um objecto foleiro que dispomos em casa, uma relíquia que estimamos. Seja o que for, esse objecto existe não apenas como âncora de algo do nosso passado, ou que reclamamos para nós, mas que se torna igualmente um veículo das nossas próprias (auto-)narrativas ou de conexões emocionais.
Publicada por Pedro Moura à(s) 4:12 da tarde 0 comentários
27 de fevereiro de 2024
3 Graus de Carequice - Episódio 78 - ESTANTES
Publicada por Pedro Moura à(s) 4:29 da tarde 0 comentários
2 de fevereiro de 2024
3 Graus de Carequice - Episódio 77 - VIOLÊNCIA
Publicada por Pedro Moura à(s) 12:17 da tarde 0 comentários
29 de janeiro de 2024
Almada no fio do tempo. Carlos Guerreiro, Mariana Matos e Tiago Albuquerque. (Câmara Municipal de Almada)
Este é um objecto ambíguo. Por um lado, é um livro que pretende apresentar-se como um retrato dos cinquenta anos desde que Almada se tornou cidade. É dessa forma que o projecto emerge, do ponto de vista editorial, político e financeiro, no seio dessas mesmas comemorações. Por outro, por graça dos seus autores, a sua matéria tece-se como uma ficção em torno de um par de personagens, e tenta criar uma intriga misteriosa, fantástica até, que se vai intercalando com momentos conhecidos, importantes ou marcantes desses mesmos 50 anos.
De uma forma sucinta, o livro centra-se na vida de um jovem rapaz, Pedro, que nasce em 1973 e vai vivendo em Almada até aos anos 1989, o momento mais avançado na diegese do livro. Dessa forma, imaginamos, estará próximo da vivência empírica do argumentista deste livro, Carlos Guerreiro. Mas Pedro tem um elo com o seu tio Vasco, relojoeiro, que a dado momento da sua vida desapareceu, coincidindo quase com o fecho e desmantelamento do famoso farol de Almada, posteriormente recolocado na ilha Terceira. Esse elo traduz-se através do tropo do “objecto mágico”, no caso, um gnómon, que é mapa, pista e chave do tal “mistério”, e este revela-se ser uma “máquina no tempo”.
Publicada por Pedro Moura à(s) 2:02 da tarde 0 comentários
28 de janeiro de 2024
Partir a loiça (toda). Luís Barreto (Chili Com Carne)
Começo por indicar que recebi um exemplar deste zine uma vez que fiz parte do júri do concurso “Toma lá 500 paus e faz uma B.D.”, enquanto sócio da Tinta nos Nervos, “bolsa” promovida pela editora, e de que o autor foi o vencedor. Durante o processo, foram esgrimidos argumentos sobre as obras concorrentes, e um dos pontos que compreendi desde logo é que este projecto era a “cara” do catálogo da Chili, ainda que compreenda a diversidade editorial ofertada por esta plataforma (mesmo que alguns agentes mais distraídos insistam que se trata da “mesma coisa”. É falso.).
Publicada por Pedro Moura à(s) 4:07 da tarde 0 comentários
22 de janeiro de 2024
Crítica a "Pobres Criaturas" (Y. Lanthimos, 2023) no Bandas Desenhadas.com
Publicada por Pedro Moura à(s) 3:17 da tarde 0 comentários
30 de dezembro de 2023
Vale dos Vencidos. José Smith Vargas (Chili Com Carne)
O título do primeiro capítulo, “Brumário”, é todo um programa. Não apenas se refere à época do Outono, de acordo com o calendário da Revolução Francesa, como necessariamente recorda igualmente o livro de Karl Marx sobre o golpe que veria a emergência do Segundo Império, O 18 de Brumário de Luís Bonaparte, e que no fundo poderá ser lido como uma aplicação da teoria da luta de classes mas igualmente a análise da construção de figuras salvíficas e quase-messiânicas a contrapelo a realidade social, económica e política das acções dessas mesmas figuras. Se no caso de Marx se refere a Luís Bonaparte, em Vale dos Vencidos essa figura é a de António Costa. Quer dizer, parece o António Costa, enquanto Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, mas não é o António Costa. É “Pedro Gomes, Presidente da Câmara de Merídia”. E no centro de Merídia há um bairro muito antigo, popular, que foi sempre ocupado pelos mais pobres e marginalizados, subitamente tornado apetitoso em termos de real estate para, palavra que me causa cortiçonite no céu da boca, “empreendedores”. Esse bairro é o Vale dos Vencidos, e este livro é a crónica da sua gentrificação.
Publicada por Pedro Moura à(s) 7:20 da tarde 0 comentários
21 de dezembro de 2023
"Webs of Self, Webs of Meaning" (artigo na RLEC)
Publicada por Pedro Moura à(s) 10:27 da manhã 0 comentários